Saudações

Existem mil maneiras de falar de si mesmo. E em todas elas, apesar das diferenças, precisa ter algo singular que é a sinceridade nos relatos sobre sua característica e personalidade. De maneira que não posso dizer ou afirmar que sou bom, pois se assim fizer, terei que apagar 1/3 da minha vida quando me deixei levar pela imperfeição e ser dominado pelo o mal que herdo. Não posso afirmar que sou perfeito, pois os meus dias me calam diante tal afirmação. O que posso afirmar de mim é que não sou maior e nem menor do que ninguém. Se dissesse que seria maior, fugiria da realidade do ser simples que sou. Se dissesse que sou o maior dos simples, mentiria pra mim mesmo, pois sei que existem maiores do eu na simplicidade. Então, eu sou apenas uma pessoa igual aos outros, mas único em minhas qualidades e defeitos. O que dizer de bom quando encontro em relatos de pessoas o contrario de tudo de belo e agradável que digo de mim mesmo? E o que fazer quando penso em acreditar que assim sou, quando contrasto com as boas e belas qualidades que me atribuem, das quais nem eu mesmo as conhecia? Diante disso eu chego a conclusão que a vida é uma construção contínua, onde ela se torna aquilo que eu quiser formar. Por essa razão quero afirmar o que realmente sou: um dependente. Um dependente de um ser maior capaz de me ajudar a fazer minha própria vida. Capaz de me fazer tomar decisões importantes das quais não posso decidi-las sozinho. Sou um dependente, mas um dependente livre, conhecedor dos meus limites. Livre para poder escolher o caminho que quero trilhar e viver a vida que quero viver. Não posso dizer o que sou sem antes dizer o que apenas sou. Mas como sou, só conhecendo para saber.

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